quinta-feira, 23 de setembro de 2010

através de um olhar

Não sou capaz de admitir que estou triste.
Tento desenganar-me, mas eu própria acabo por subestimar os meus próprios sentimentos. Acabo sempre por concluir que estou a exagerar e que as coisas não são tão más assim, aparentemente invalidando a minha própria pessoa de estar triste. Afinal, os heróis nunca fraquejam... Os corajosos não têm direito à tristeza: têm de se ocupar com a força e a destreza.
Só gostava que reparassem com mais frequência que não sou uma heroína. Talvez a dor fosse mais fácil de suportar. Eu não gosto de dar nas vistas, mas gostava que, às vezes, as pessoas que amo conseguissem interpretar os meus olhares, desvendar o meu estado de espírito sem que para isso esteja a chorar. Eu não peço, com isto, que me dêem palavras reconfortantes, não peço que me façam felizes, não peço que me dêem toda a sua atenção... apenas que percebam quando estou ferida, através de um olhar, e me abracem.
Tudo isto está a ser tão difícil de aguentar que já não sei quem sou. Perco, lentamente, aquilo que mais segura me fazia... Dou por mim com pensamentos que sempre reprovei, com desejos de fazer coisas que vão de encontro aos meus princípios...

E, no entanto, tudo o que preciso é dum abraço.

8 comentários:

Sílvia disse...

Um abraço pode mudar tanta coisa... E faz-nos sentir tão seguros :)

Olha, por acaso conheces um álbum dos Muse chamado "Futurism"?
Tem remixes e músicas "soltas". Estou a ouvir agora e estou a gostar :D

Anónimo disse...

Sílvia: É verdade! É curioso como no dia seguinte a esta entrada, recebi um puro abraço, que me fez sentir incomparavelmente melhor. Pelo menos, agora já não choro de cada vez em que penso em mim própria!
Não, não conheço. :/ Como creio que não és egoísta, presumo que pretendes mostrar-mo, certo? :p

Anónimo disse...

Cármen-ocê-ecree-muito-bem.A-eze-me-into-aim-também.Não-ou-entrar-me-detalhe-meu-teclado-etragou.

Não-acredito-que-recebi-um-elo-e-equeci-ou-ocê-não-aiou?LOL-desculpa-qual-o-link-quero-potar-e-pedir-milhare-de-perdõe-pelo-meu-DDA.

Anónimo disse...

Alexandre Garcez: Isto é que foi uma tarefa difícil, a de desvendar o que querias dizer! Primeiramente, até achei que fosse vírus. :))
Sabias que tens uma opção no teu computador que se chama Teclado no Ecrã? Experimenta Iniciar > Todos os Programas > Acessórios > Acessibilidade > Teclado no Ecrã.
Todos nós nos sentimos assim, de vez em quando, creio. Não entras em detalhes se não quiseres. :)
Sim, recebeste, mas eu não te avisei. Como me estás a seguir, presumi que fosses ler a minha entrada. Está em dignidade bloguista.
Já agora, o que significa DDA?

Anónimo disse...

Ahh que bom, ele voltou a funcionar, vai entender, tomara que demore bastante. Mas enfim, eu sempre posto e eternizo fora do Blogger. Já o que significa DDA: Dificuldade do Défict de Atenção. Doença.

Anónimo disse...

Alexandre Garcez: Eu sei bem disso, daí também não me ter preocupado. Apenas estranhei teres dito que o selo que mais recentemente recebeste era o primeiro.
Quanto ao DDA, esclarecida. Não te rales, eu também sou assim. Mais do que devia.

Adriana disse...

Olá, twin! Estou a comentar apenas e só para dizer que este teu post me fez chorar, porque sinto o mesmo que descreveste neste texto. Para além disso, fez-me lembrar aquele dia em Belém, em que eu estava a chorar e tu fizeste a única coisa que eu queria que fizesses: abraçaste-me e ficaste a meu lado, o apoio que me fazia falta naquele momento. E é por isso que sinto que é mais que justo chamar-te "twin". Sabes sempre o que vai na minha cabeça e sei que encontro sempre nas tuas palavras e gestos o conforto para as minhas mágoas.
Beijos grandes!

Anónimo disse...

Adriana: Lembro-me tão bem desse dia... Antes de resolvermos os nossos problemas, precisamos de nos sentir confiantes. Eu sabia que tu sentias mal contigo mesma, sozinha, desmotivada... Sabia que aquele dia seria extremamente doloroso para ti e ver-te correr, fugir de todos nós, poderia ser insignificante para os outros, até porque poderiam não entender, mas para mim era uma chamada. Limitei-me a fazer aquilo que mais adequado era e que sabia que não te iria incomodar: dar-te a minha presença e o meu consolo, sem palavras. Abri os meus braços e deixei-te afogar as tuas mágoas noutro sítio que não o teu coração, pois este já estava demasiado debilitado.
Tenho muitas saudades tuas, twin. Por mais longe que estejamos, sei que estas memórias nunca me abandonarão (a menos que sofra de amnésia) e isso deixa-me satisfeita.