Controlo Demente... Porquê Controlo? Porquê Demente?
É um nome, a meu ver, intrigante para um blogue. Obriga a refletir para a compreensão da sua adoção.
É
assim que eu gosto de me apresentar: como um livro que não se recusa a
abrir, mas que não se abre completamente de livre vontade.
Para eu
não entregar superficialmente o meu íntimo, deixando-o, por isso, podre
e oco, torna-se, não obstante, fulcral cultivá-lo algures.
Durante
muito tempo, guardei-o para mim, cru, completo. O resultado dessa
atitude foi sufocar-me em mim própria, nas minhas próprias emoções.
Abster-nos de nos expressar custa demasiado. Não tendo com quem me
expressar, porque ninguém parecia interessado em me olhar para além dos
meus olhos, e, não produzindo arte, acabava por nunca me expressar, o que
me remetia a uma profunda agonia de sentimentos que me impedia de
pensar racionalmente. Eu sentia que precisava expelir o que sentia, mas
não tinha com quem.
Não achando confortável esse conforto que é
não nos potencializarmos, decidi fazer-me à estrada e percorrer o
caminho que eu própria ia criando. Esse caminho chama-se Controlo Demente.
Controlo
porque é a gestão das minhas emoções, que permitem libertar-me de
fatores que condicionam a minha ação e que, sem o fazer, me impediriam
de caminhar com os meus próprios pés.
Demente porque,
propositadamente, não controlo as minhas emoções na íntegra, para que
não me torne individualista e fria. Este termo foi eleito após analisar o
meu tipo de escrita, que, sobretudo naquela altura, é caraterizada pela
forma psicadélica, com uma conotação um tanto ou quanto surrealista.
Assim, dentro duma viatura feita de tristeza, felicidade, raiva, cansaço,
calma: uma viatura de tejadilho aberto, vou inundando cada
pedaço de estrada com paixão, deixando evidente o amor que transborda do mundo até mim e de
mim a todo o mundo.
4 comentários:
lol este post era giro para primeiro post do blog
Riga/V-1-Boy: Mas eu só batizei o blogue com este nome há coisa de um ano, talvez menos.
Para além disso, se eu primeiro explicasse o blogue e depois começasse a trabalhar nele, não só os leitores já saberiam do que se tratava (o que lhes daria menos entusiasmo ao analisar, por ser menos intrigante), como também eu já saberia o que fazer e o que não fazer, pelo que não seria fruto da minha espontaneidade, que é a base das emoções puras.
Este texto decorre da reflexão e da análise do que já foi feito e do que este blogue significa para mim, pelo que tem sido e não por aquilo que eu me proponho a fazer.
Nem eu tinha capacidade para redigir um texto assim em 2007. Nem sequer eu era assim, nem o blogue significava isto para mim.
Ainda bem que está mais liberta :) Foi interessante ver a justificação para o nome do blogue.
S.: Achei que já estava na altura de dar satisfações aos meus leitores. :D
Enviar um comentário