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Cada mulher é um mar de mistérios e atrai a si qualquer marinheiro voluntário. Qualquer vocação marítima encontra em si o próprio conceito atrativo, quase inconsciente. Nenhum marinheiro que goste verdadeiramente do mar consegue passar ao longe, talvez numa ponte qualquer, ver o mar e não sentir qualquer tipo de melancolia agradada. E eu estava precisamente à beira daquele mar que todos os dias me vinha molhando os pés.
Eu sempre fui daquele tipo de homens que gosta de marés bravas. Não é que, na verdade, o mar seja mau, mas, por vezes, quando está rabugento ou aborrecido, decide chamar um pouco mais atenção, na esperança de haver por perto algum marinheiro aventureiro, que se sinta tentado pela provocação das ondas que rebentam mesmo na sua frente, sabendo que não pode ou não deve mostrar-lhe que o consegue domar.
É de uma grande capacidade de resistência controlar estes impulsos de valente marinheiro e não ceder às pretensões de um mar bravo, que grita com uma discrição falsa pelos seus navegadores, sedento de ser motivo do esforço físico. Eu dava-me já por satisfeito só por ter a capacidade de deixar aquela maré insistir em se exibir através de espetáculos de insinuações e, num ou outro desejo mais violento, de frontalidades.
Deveras difícil, para um homem como eu, recusar uma mulher como aquela, tão persistente, mas tão merecedora de submissão. Eu podia nunca me ter interessado em visitar aquela praia, mas aquela mulher, em específico, intrigava-me por se mostrar tão limpa e tão apetecível e, no entanto, recuar tanto a maré. E, após tanto tempo a respeitar o seu espaço e a caminhar a seu lado, ela deixou de ser uma maré brava e vaza, para ser uma maré calma e cheia. Eu, contudo, divertia-me a soprar-lhe os ventos mais fortes, já com os pés calejados de sal de todas as vezes em que ela me refrescou um pouco; porque aquela mulher -- ah! Aquela mulher! Que mulher... -- tentava sempre conter a bravura das suas ondas, que outrora agitava descontente. Eu sabia que ela queria que eu a explorasse e ela sabia certamente que a sua agitação fazia enfatizar a minha atração por mares bravos -- mas ambos sabíamos que a sua praia era demasiado vigiada para que eu pudesse ao menos molhar minhas mãos dentro das suas curvas.
Mas ela aproveitava cada brecha na segurança para me seduzir até si um pouco mais. Naquele vestido de cetim preto, ela havia deixado discretamente as suas ondas brilharem, tapando as extremidades a renda da mesma pecaminosa cor, como se fossem abas que dissessem, através de telepatia, "abertura fácil". As pernas, quais pedaços de bife, moviam-se de um lado para o outro, destapadas e suportadas pela negra madeira brilhante, que alongam os seus pés e a aproximavam ligeiramente mais da minha altura, conferindo-lhe, simultaneamente, uma elegância vulgar. Mas não era todo esse cheiro que mais emoção me provocava, mas sim o calor que todo aquele volume contido naquele cetim preto emanava, com uma força capaz de me fazer achar que quem está quente sou eu.
E eu limitava-me a ficar sentado naquela cadeira, numa posição descontraída, oposta ao olhar malicioso que eu lhe oferecia em troco de todo aquele espetáculo, igualmente inocente. Eu jurava a mim mesmo testar os meus limites e resistir-lhe, até mesmo quando ela inclinou todo o seu volume na minha direção e, com as mãos apoiadas nas minhas coxas já ardentes, me sorriu, de olhos escuros e rasgados e sobrolhos mais escuros ainda e bem delimitados. E eu ali, a um palmo daquela mulher que me poderia encher as mãos e as horas, toda fácil e firme.
Então, ela moveu rapidamente uma sobrancelha apenas, ofereceu-me o seu sorriso, mordeu-o e, antes que eu o pudesse roubar, levantou-se, virou costas e caminhou até à porta por onde me tinha arrastado antes. Parou de balancear o habitual charme e, já agarrada à maçaneta, atirou-me um olhar cortante, sorriu-me maliciosamente e passou subtilmente todo o meu objeto de contemplação pela porta, deixando temporariamente ao alcance dos meus olhos apenas aquele olhar, que me prometia algo mais. Intrigado pelos seus enigmas, vejo, então, a sua mão singela segurar, perigosamente, por uma ponta, um soutien branco, cuja renda eu juraria já ter visto naquela sala.
Assim que a sua mão deixou cair aquele tecido de suporte, mistério e segredo, pareceu perder lentamente o resto das forças e deslizar. Assim que tudo o que restava de si naquela sala era aquele rastro a dois metros dos meus pés, o meu corpo deixou de me obedecer. Instintivamente, as minhas pernas ergueram-me daquela cadeira e eu submeti-me à influência sexual e amorosa que aquela mulher transbordava para mim. Abri a porta e ei-la, a fugir em passo apressado. Enganas-te se pensas que te safas desta, ouvi-me pensar.
Rapidamente, estava já ela completamente cercada pelos meus braços, contra a parede mais próxima, naquele pátio deserto. O calor não emanava agora daquele peito que saltava, mas sim do seu bafo, verdadeiramente nervoso. Confusamente, molhou os lábios secos, mas eu não achei que a sua própria saliva fosse suficiente. Com os meus lábios encaixados nos seus e a minha língua a roçar na sua, eu senti as suas mãos geladas tremerem contra a minha nuca, enquanto que era impossível distinguir qual das duas respirações estava mais acelerada. Ao aquecer as minhas mãos debaixo daquelas aberturas fáceis de renda, eu desejei apenas que ela tivesse consigo outro vestido, porque aquele estava prestes a ser rasgado.
Deveras difícil, para um homem como eu, recusar uma mulher como aquela, tão persistente, mas tão merecedora de submissão. Eu podia nunca me ter interessado em visitar aquela praia, mas aquela mulher, em específico, intrigava-me por se mostrar tão limpa e tão apetecível e, no entanto, recuar tanto a maré. E, após tanto tempo a respeitar o seu espaço e a caminhar a seu lado, ela deixou de ser uma maré brava e vaza, para ser uma maré calma e cheia. Eu, contudo, divertia-me a soprar-lhe os ventos mais fortes, já com os pés calejados de sal de todas as vezes em que ela me refrescou um pouco; porque aquela mulher -- ah! Aquela mulher! Que mulher... -- tentava sempre conter a bravura das suas ondas, que outrora agitava descontente. Eu sabia que ela queria que eu a explorasse e ela sabia certamente que a sua agitação fazia enfatizar a minha atração por mares bravos -- mas ambos sabíamos que a sua praia era demasiado vigiada para que eu pudesse ao menos molhar minhas mãos dentro das suas curvas.
Mas ela aproveitava cada brecha na segurança para me seduzir até si um pouco mais. Naquele vestido de cetim preto, ela havia deixado discretamente as suas ondas brilharem, tapando as extremidades a renda da mesma pecaminosa cor, como se fossem abas que dissessem, através de telepatia, "abertura fácil". As pernas, quais pedaços de bife, moviam-se de um lado para o outro, destapadas e suportadas pela negra madeira brilhante, que alongam os seus pés e a aproximavam ligeiramente mais da minha altura, conferindo-lhe, simultaneamente, uma elegância vulgar. Mas não era todo esse cheiro que mais emoção me provocava, mas sim o calor que todo aquele volume contido naquele cetim preto emanava, com uma força capaz de me fazer achar que quem está quente sou eu.
E eu limitava-me a ficar sentado naquela cadeira, numa posição descontraída, oposta ao olhar malicioso que eu lhe oferecia em troco de todo aquele espetáculo, igualmente inocente. Eu jurava a mim mesmo testar os meus limites e resistir-lhe, até mesmo quando ela inclinou todo o seu volume na minha direção e, com as mãos apoiadas nas minhas coxas já ardentes, me sorriu, de olhos escuros e rasgados e sobrolhos mais escuros ainda e bem delimitados. E eu ali, a um palmo daquela mulher que me poderia encher as mãos e as horas, toda fácil e firme.
Então, ela moveu rapidamente uma sobrancelha apenas, ofereceu-me o seu sorriso, mordeu-o e, antes que eu o pudesse roubar, levantou-se, virou costas e caminhou até à porta por onde me tinha arrastado antes. Parou de balancear o habitual charme e, já agarrada à maçaneta, atirou-me um olhar cortante, sorriu-me maliciosamente e passou subtilmente todo o meu objeto de contemplação pela porta, deixando temporariamente ao alcance dos meus olhos apenas aquele olhar, que me prometia algo mais. Intrigado pelos seus enigmas, vejo, então, a sua mão singela segurar, perigosamente, por uma ponta, um soutien branco, cuja renda eu juraria já ter visto naquela sala.
Assim que a sua mão deixou cair aquele tecido de suporte, mistério e segredo, pareceu perder lentamente o resto das forças e deslizar. Assim que tudo o que restava de si naquela sala era aquele rastro a dois metros dos meus pés, o meu corpo deixou de me obedecer. Instintivamente, as minhas pernas ergueram-me daquela cadeira e eu submeti-me à influência sexual e amorosa que aquela mulher transbordava para mim. Abri a porta e ei-la, a fugir em passo apressado. Enganas-te se pensas que te safas desta, ouvi-me pensar.
Rapidamente, estava já ela completamente cercada pelos meus braços, contra a parede mais próxima, naquele pátio deserto. O calor não emanava agora daquele peito que saltava, mas sim do seu bafo, verdadeiramente nervoso. Confusamente, molhou os lábios secos, mas eu não achei que a sua própria saliva fosse suficiente. Com os meus lábios encaixados nos seus e a minha língua a roçar na sua, eu senti as suas mãos geladas tremerem contra a minha nuca, enquanto que era impossível distinguir qual das duas respirações estava mais acelerada. Ao aquecer as minhas mãos debaixo daquelas aberturas fáceis de renda, eu desejei apenas que ela tivesse consigo outro vestido, porque aquele estava prestes a ser rasgado.
10 comentários:
Uff... pedaços de bife, hein? xD Me gusta este post! :)
S.: Sabiiiiiiiiiia! Málaaaaaaaaandra! xD
Adorava ter escrito isto.
Izza Shocks.: xD Porquê?
Uma cena quente de mais para ser apenas lida xD
Gostei muito desta tua veia erótica :D
Criativo, bem escrito, entusiasmante... Amei xD
Adriana: Obrigada! :D
Expressas bem o erotismo pelas palavras sem caíres na banalidade. Muito bom :)
Afonso Costa: O objetivo é criar artisticamente. Nada me emociona em copiar o que já foi escrito. :)
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