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Em seguimento de masoquismo ou culto próprio?.
Um passo, dois passos. Uma pancada. Duas, três, quatro pancadas. Cinco pancadas. Seis, sete, oito, nove pancadas. Dez pancadas. Onze.
A adrenalina percorre todo o meu corpo e arrepia toda a minha pele. Contorço o pescoço, numa tentativa de afastar o pensamento da memória. Custa-me relembrar, a sangre frio, sem aquecer.
Olha bem para mim. Não pretendo intimidar-te, mas olha para mim, bem fixamente nos meus olhos. Sentes a raiva chegar até ti? Eu sinto-a sair de mim. Acreditas mesmo que o medo me enfraquece? Enganas-te. Oh, se te enganas! O medo faz-me violenta. Fortalece o meu lado animal.
Tens, pois, a certeza de que pretendes continuar? Achas mesmo que, ao me tocar dessa forma, te respeitarei? Queres mesmo levar isto até ao fim?
Pois então leva. Toca-me dessa forma pseudopossessiva. Sente-te poderoso. Faz comigo o que tens sempre feito e que o fazias com todos os outros -- e bate-me. Bate-me tanto quanto quiseres. Rasga a delicadeza que esconde, cinicamente, o pudor dentro de mim. Bate-me mais. Descarrega em mim os teus problemas. Bate-me, bate-me muito. Finge que, assim, eles passam a ser meus. Bate-me com força. Finge que o demónio está em mim e faz das tuas mãos água benta. Bate-me! Faz de mim o que tu quiseres.
Veremos, no fim, qual de nós dois rirá.
2 comentários:
A raiva é uma toxina mortal que se liberta no corpo. Toma conta dele, membro a membro, entra nas veias e circula. A vingança e o ódio tomam conta de ti. Agora, é tarde demais.
Damien Hamson: Interpretaste-me mal. :) Na conclusão, eu referia-me à felicidade aquando da separação. Enquanto que quem descarrega a raiva em mim continuará enraivecido, porque o problema está dentro dele, eu continuarei passiva e poderei continuar a ser feliz, porque não aderi ao ódio que me queriam passar.
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