quinta-feira, 31 de março de 2011

19. Carta a alguém que importuna a tua mente - positiva ou negativamente

Conteúdo para Adultos


Em seguimento de masoquismo ou culto próprio?.

Não te aproximes mais. Chega.
Afasta-te de mim. Não te quero aqui.
Não te quero!
É assim que penso cada vez que te vejo ou cada vez que me falas.
E não te quero, de facto. Não, de maneira alguma.
Estou cansada de ti. E de mim. E de nós.

Cansada da tua atitude! Cansada das características que activas em ti. Não tens já idade suficiente para perceber que estás a piorar progressivamente? Não tens capacidade de compreensão da tua estupidez?! Serás assim tão estúpido?! Tão ignorante? Tão burro!
Estou realmente farta de ti. Fartei-me de te tentar compreender ou ajudar, quando tu adoptas sempre uma posição da ignorância representar o sumus pontifície e de que tudo o que eu disser é mentira ou irrelevância digna de bofetatada. Cansei-me de te tolerar - e exausto-me só de pensar na ideia de o repetir. É por isso que só o pensamento de ti ou a tua visão me fazer querer degolar-te.
Pegar numa lâmina pesada, grande e afiada e cortar-te o pescoço com todas as forças que tenho. Gastá-las todas em ti. Desfigurar a tua cara. Tornar-te mórbido e, por fim, aniquilar-te. Desfazer-te em pedaços. Pedaços de carne. E, depois, cuspir para cada pedaço teu, espezinhá-lo, esmagá-lo. Transformá-lo em pó. Cinza. E soprar a cinza, inundá-la em água. E, de novo, pisá-la. Atirar-me para cima dela com os pés e gritar que te afastes de mim. Não te quero!
Mas como é que é possível que tu sejas tão estúpido?! Como é que é possível que tu, besta quadrada, animal quadrúpede com um cérebro em decomposição e uma mente apodrecida, não compreendas o quão IDIOTA és, meu duende insignificante?!
Tira daí o determinante possessivo, que não quero pertença de ti! Não quero a tua pessoa envolvida com a minha! Não quero tal imundície!

E pergunto-me ainda: como terás sido capaz de substituir as características que tinhas pelas características que tens?! Como será possível que te tenhas tornado tão monstruoso a meus realistas olhos, quando com os mesmos olhos te via eu doce?
Como terás sido capaz de, depois teres sido gozado por tanta gente, de teres aprendido a saber como dói ser excluído, de teres sido deixado em paz e posteriormente de teres sido aceite por algumas pessoas DEVIDO A MIM!!, excluir os outros, ser arrogante e fútil?
Como serás tu capaz, depois do passado por que passaste, de discriminar os outros e achar-te superior a eles?
Como serás tu capaz de te envergonhar dos outros, quando tu próprio és uma mancha?
Como serás tu capaz de olhar repugnado para o prato dos outros, quando tu próprio és nojento a comer?
Como serás tu capaz de mentir para fazer boa figura, quando te revoltavas por veres os outros mentirem desnecessariamente?
E como serás tu capaz de achar que fazes boa figura, quando todos te acham - principalmente agora! - ridículo?
Não tens qualquer noção de bem ou justiça.
Não contes mais com o meu apoio - porque a amizade já forçaste tu a romper.
Metes-me nojo.

4 comentários:

Sílvia disse...

Acho que essa carta deve ter sido difícil de escrever, mas deve ter-te aliviado imenso.
É mesmo mau quando deixamos de reconhecer as pessoas de quem gostasmos :(

Anónimo disse...

S.: A minha maior dificuldade foi em expressar toda a raiva que tinha em mim. Pareceu-me sempre que as palavras não eram suficientes para exprimir tanta insatisfação.
Apenas quando utilizei a ideia da morte impiedosa consegui pensar na palavra "estúpido" sem ter vontade rebentar.
Foi por isso que quis tanto escrever este texto. Aliviou-me, sim, imenso, duma raiva que não consigo (talvez porque não queira, de facto) expressar.

Susana Carvalho disse...

Percebo perfeitamente o porquê de teres escrito esta carta, também já passei por uma experiência assim e de facto as palavras nunca pareciam suficientes para exprimir toda a raiva. Gostei :)

Anónimo disse...

Susana Carvalho: A grande diferença é que tu abriste os olhos mais cedo. Eu ainda quis enganar-me durante mais tempo e achar que ele estava inocente.