segunda-feira, 9 de maio de 2011

Crises e contradições do capitalismo

A mais profunda das contradições do capitalismo reside na separação do trabalho e dos medos de produção. O modo de produção é social, o modo de apropriação é particular. Essas expressões, muito abstractas, produzem graves confusões. Em qualquer organização onde reina a divisão do trabalho, os trabalhadores não possuem nem administram directamente e sem intermediários os meios de produção. Nos maiores capitalismos do Mundo, observam-se formas de socialização específicas e o poder de possuir e de gerir os meios de produção é controlado e ilimitado pelo trabalho organizado e pelo Estado.
Uma segunda contradição decorre da lei fundamental do capitalismo que é a realização do máximo de lucros de monopólios, incompatível com o máximo de satisfação das necessidades materiais e culturais incessantemente crescentes de toda a sociedade através de uma técnica superior (J. Estaline), que seria a lei do comunismo. Mas a «lei do funcionamento» dos grandes capitalismos modernos é uma combinação de monopólios e de grande número de instituições directamente apostas a esses monopólios e ao seu lucro máximo, cuja combinação evolui sob a acção dos grupos organizados.
Uma última contradição procede duma falta de sincronização entre a evolução das forças de produção (a técnica) e das relações de produção (a propriedade, os contratos e o Estado dando forma à organização dos grupos que visam obter os produtos materiais e úteis). (...)
O agravamento das crises cíclicas é imputado pelo marxismo a três tendências de longo período:
  1. a tendência crónica para o subpagamento ao trabalhador. (...)
  2. a tendência crónica para um acúmulo capitalista excessivo em comparação ao desenvolvimento do consumo. (...)
  3. a tendência crónica para a baixa da taxa de lucros.
François Perroux, O Capitalismo



O comércio pára; os mercados estão sem saída; o dinheiro de contado torna-se invisível; o crédito evapora-se; as fábricas produzem desempregados; às massas operárias faltam os meios de existência; as falências sucedem-se (...). A obstrução do mercado dura anos; as forças produtivas e os produtos são desperdiçados ou destruídos em massa (...) até que a produção e as trocas retomem gradualmente a sua marcha. Progressivamente, a situação agrava-se (...) até à destruição da indústria, do comércio, do crédito, da especulação... até acabar por se encontrar no fosso do crash, e sempre repetindo-se da mesma maneira.

Friedrich Engels, Anti-Duhring

4 comentários:

Sílvia disse...

Seja bem aparecida, Dona Cármen xD
Gosto em "revê-la"! Aguardo ansiosamente pelo momento em que falarei consigo através de mensagens instantâneas cibernáuticas :P

Anónimo disse...

S.: Excelentíssima menina Sílvia, é com muito gosto que recebo um único comentário acerca de algo que eu acho importantíssimo, e que, contudo, faz menção à ausência da minha pessoa por redes virtuais. D facto, sem qualquer ponta de ironia, é agradável ter conhecimento de que sentem a nossa falta. No entanto, o maior gosto de que a informo é que esta minha ausência deve-se ao facto de eu ter decidido voltar a dormir mais razoavelmente e, durante o tempo não-académico, me encontrar em actividades com finalidades académicas.
Veremos, no futuro, que tempo livre me aguarda.
Com respeito,
D.ª Cármen Costa, a salvadora da pátria.
*ar ridiculamente imponente*

Sílvia disse...

E a minha reacção a isso é:
-.-

lol

Anónimo disse...

Cármen: Costa?! Porquê Costa? xD