Ela era rebelde. Queria ser livre. Vivia sob o regime do pai, um homem sério, rígido, conservador e precipitado.
Ela engravidou e foi obrigada a casar. Nasceu um rapaz, adorado por todos.
Como todos os casamentos forçados e juvenis, a sua relação começou a corromper: inicialmente, de uma forma escondida - ambos sabiam o que os esperava, mas nenhum conseguia admiti-lo, nem mesmo a si próprios. E tudo isto continuou, apesar dos inúmeros adultérios causados pela emancipação do desejo, por parte de ambos, até que de uma dessas paixões irresistíveis um fruto desabrochou. De qual delas? Ninguém sabe. Talvez nem ela saiba. Ou talvez saiba e não o queira dizer. Por vergonha. Por medo. Por arrependimento. Por desilusão. Por abandono. Por um motivo qualquer.
3 comentários:
Isto é lindo
A consciência deste texto é demolidora (bravo, obrigado)
Cota: Gostava que desses especial importância ao conteúdo desta entrada.
Já dei... Sei do que se trata ;)
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