Os seus olhos deixaram a fixação e passaram a vaguear uma preocupação, como se procurasse um qualquer refúgio.
Joseph tirara a sua mão do ombro do amigo, após um penetrante olhar, que tentava encontrar o seu pensamento, o de Peter, continuando os olhos deste numa fuga desconsolada. Este desistir mostrava-lhe uma corajosa e afirmada desilusão, o que afligia ainda mais o seu cobarde temperamento.
Aquilo era de mais para Joseph. Não conseguia conter a raiva pelo destroçamento que o inundava.
- Did you try to live on your own when you burned down the house and home?! Did you stand too close to the fire, like a liar looking for forgiveness from a stone?!
Toda aquela ira era sacada com rancor, expresso na voz alterada, intensamente aumentando, enfatizando a dor, e na linguagem gestual incontrolada. Peter olhou o chão, deu meia volta e caminhou alguns passos para longe da besta. Iniciando-se com um suspiro, largou um desabafo, enquanto se virava de frente:
- When it is time to live and let die, and you can't get another try...
As suas palavras saíram de forma triste e reflexiva, com a cabeça acenando negativa e suavemente, de tal forma que foi de mais para si. Deixou-se cair na poltrona e voltou a suspirar. Talvez nunca tivesse sido tão corajoso e sincero.
- Something inside this heart has died! - lamentou.
Joseph atirou-se também numa poltrona de braços, escarlate. Reconhecia a gravidade da falta do amigo, mas por este lhe ser íntimo, entristecia também. Suspirou, por fim, apoiou-se nos joelhos e pousou a cabeça nas mãos, sério e pensativo; passou as mãos pela cabeça e um sorriso irónico saiu. Então fixou o seu parceiro de longa vida, entrelaçou as mãos uma na outra, encostou-lhes a boca, olhou-lhe amargamente nos olhos e concluiu:
- You are in ruins.
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