segunda-feira, 5 de março de 2012

3. Carta aos teus pais

Em seguimento de masoquismo ou culto próprio?


     «Acordei esta manhã com um sorriso na minha cara e ninguém me vai deitar abaixo hoje. Tenho sentido que nada tem corrido à minha maneira ultimamente, mas decidi aqui mesmo, agora mesmo, que as minhas perspetivas mudarão. É por isso que vou dizer adeus a todas as lágrimas que chorei, a todas as vezes em que alguém magoou o meu orgulho, a todas as sensações de que não me deixariam viver a vida, e dar um tempo para ver aquilo que é meu.
     Eu vejo cada oportunidade que tive e agradeço por tudo o que me deram.
    Eu acredito que me consigam tirar qualquer coisa, mas não poderão ter sucesso em me tirar a minha paz interior. Podem dizer o que quiserem sobre mim, mas eu vou continuar a aguentar. Eu vou continuar a cantar a minha música.
    Eu não quero habitar na dor de novo. Não vale a pena reviver o quanto eu sofri nessa altura, em relembrar demasiado bem o inferno em que eu me senti quando me estava a desviar da fé. Cada passo que eu der é a rumo de um dia melhor, porque eu me vou despedir de cada mentira e de todos os medos que guardei durante demasiado tempo, de todas as vezes em que senti que não conseguiria tentar, de todo o negativismo e conflito; porque há demasiado tempo que me tenho debatido, não conseguia continuar, mas agora percebi que me estou a sentir forte e que estou a seguir em frente.
   De todas as vezes em que tentei ser aquilo que queriam que eu fosse, nunca saiu naturalmente, por isso acabei na miséria. Estava incapaz de ver todo o bem à minha volta, ao desperdiçar tanta energia naquilo que achavam de mim -- em vez de simplesmente me lembrar de como respirar.
     Eu tomei uma decisão: nunca desistir, até ao dia em que morrer, independentemente do que for.
   Não conseguem tirar qualquer coisa de mim. Eu acredito que consigam fazer o que quiserem, dizer o que quiserem dizer. Podem dizer o que quiserem, mas eu vou continuar.
     Digam o que disserem, eu vou continuar a cantar a minha música.»
(adaptado)

3 comentários:

H. Santos disse...

Esta é a minha miúda, sem chance xD

Unknown disse...

Esta carta, de certa forma, inspirou-me. Temos que ser assim mesmo, não deixar que nos abalem, digam o que disserem e isto não serve somente aos pais, alguns frustrados em suas vidas e querendo repassar suas frustrações em seus filhos, querendo torná-los quem não são.
Meus muito parabéns.
Eu havia começado este desafio e nunca consegui terminar. ahah.
E grato por destruir o CAPTCHA. :D

Anónimo disse...

H. Santos: Por acaso, quando acabei de traduzir a letra, pensei em escrever "isto, senhores, sou eu", mas depois achei que deixaria de ser uma carta aos meus "pais".

Christian V. Louis: Sempre às ordens. xD
Eu sinceramente não estou preocupada com a conclusão do desafio. Toda a arte que escrevo tem de ser sincera, minha -- espontânea.
E, sim, é verdade que muitos pais fazem dos seus filhos projetos seus. Altamente incorreto e até doloroso. Eu conheço essa realidade. É preciso não baixar a guarda. O meu princípio mais forte é o respeito -- e eu só posso tê-lo pelos outros se também o tiver por mim. Deixar que façam de mim o que querem e que me impeçam de seguir os meus sonhos é o desrespeito total pela minha pessoa.
E viva a autonomia! xD