Acerca da importância do percurso dos indivíduos para a formação da mentalidade e da personalidade não creio que hajam dúvidas válidas, pois a forma como o mundo é interpretado e os conceitos definidos dependem da educação que condicionou a pessoa em análise.
Deparemo-nos, então, com a seguinte questão: qual o meio e a educação que nos condicionam, hoje em dia? Não é certamente o justo e o injusto, o correto e o incorreto - pois essas conceções não são vistas como mais do que filosofias inúteis. O objetivo da vida parece, então, consistir na utilidade e, se repararmos na forma como o sistema educacional e político está montado, não é difícil compreender que este é regido em função da economia, em vez da economia em função da política.
O capitalismo e o fim da utilidade alcançaram, na sociedade, uma importância tão extrema que, para a dignidade, resta apenas uma ínfima preocupação. Não vemos certamente os nosso políticos a assumirem os seus erros ou a negar o dinheiro -- mesmo que, para a sua obtenção, esteja a corrupção implícita.
Onde estão os valores de respeito, de dignidade e de justiça? Enclausurados em documentos tidos como supremos -- mas quantas vezes foi praticada uma ação contra o que defende a Declaração Universal dos Direitos do Homem? E quantas vezes foi praticada uma ação inconstitucional? Apontar-me-ão, talvez, o número de detenções feitas pela polícia; mas os que o fizessem estariam a esquecer-se da ineficácia policial frequente e dos crimes que nunca chegaram a ser revelados -- porque crime não é, de certeza, apenas roubar ou matar alguém fisicamente: crime é matar-se a si próprio e aos outros, quer materialmente, quer em dignidade -- e e não poderia eu estar mais confiante de que cumprir uma ação pelo resultado que dela pode advir é acabar com a dignidade própria.
Deparemo-nos, então, com a seguinte questão: qual o meio e a educação que nos condicionam, hoje em dia? Não é certamente o justo e o injusto, o correto e o incorreto - pois essas conceções não são vistas como mais do que filosofias inúteis. O objetivo da vida parece, então, consistir na utilidade e, se repararmos na forma como o sistema educacional e político está montado, não é difícil compreender que este é regido em função da economia, em vez da economia em função da política.
O capitalismo e o fim da utilidade alcançaram, na sociedade, uma importância tão extrema que, para a dignidade, resta apenas uma ínfima preocupação. Não vemos certamente os nosso políticos a assumirem os seus erros ou a negar o dinheiro -- mesmo que, para a sua obtenção, esteja a corrupção implícita.
Onde estão os valores de respeito, de dignidade e de justiça? Enclausurados em documentos tidos como supremos -- mas quantas vezes foi praticada uma ação contra o que defende a Declaração Universal dos Direitos do Homem? E quantas vezes foi praticada uma ação inconstitucional? Apontar-me-ão, talvez, o número de detenções feitas pela polícia; mas os que o fizessem estariam a esquecer-se da ineficácia policial frequente e dos crimes que nunca chegaram a ser revelados -- porque crime não é, de certeza, apenas roubar ou matar alguém fisicamente: crime é matar-se a si próprio e aos outros, quer materialmente, quer em dignidade -- e e não poderia eu estar mais confiante de que cumprir uma ação pelo resultado que dela pode advir é acabar com a dignidade própria.
4 comentários:
Concordo plenamente. A dignidade é algo que as pessoas não têm sentido muitos entraves em pôr a venda, havendo sempre alguém com vontade de a comprar.
Mas será a culpa do vendedor ou do comprador!!? Será que foi o sistema que moldou as pessoas, ou as pessoas é que se deixaram moldar pelo sistema!!? Será que o interesse nesse processo é apenas dos políticos!!? O que levou as pessoas a mudar assim!!?
Perguntas e mais perguntas :S
H. Santos: A culpa é do vendedor, mas o comprador também é responsável. (Repara que fiz distinção entre culpa e responsabilidade.) As pessoas têm sempre a capacidade de contrariar as tendências, mas não podemos negar a força das tendências.
Eu acho que o mal está em quem segue as tendências... Porque até podem não concordar muito com o que estão a fazer, mas não têm coragem de deixar aquilo.
As pessoas não são perdigueiros atrás das raposas apenas por ouvir uma corneta, as pessoas pensam e se fazem as coisa devido a um incentivo externo, é porque queriam mesmo fazer determinada coisa, faltava é a coragem e o catalisador para fazer.
H. Santos: E se elas não se aperceberem? Se tiverem a noção de estarem a ser envolvidas no esquema?
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