Passaste horas deitada em cima dessa cama. Daí não sais, nada fazes. Aparentas, mas não és tocável. És o melhor exemplo da inalcansabilidade da realidade noménica.
E orgulhas-te do que tens de bom. Gostas de fazer levantar a tua já tão incomum juba preta e dos contornos físicos que moldam uma conjuntura de hormonas, cadeias de pensamento e impulsos eléctricos que te fazem funcionar, da forma como
Sentas-te e olhas indiferentemente para o teu corpo, meio despido.
"Tanto desperdício", pensas. "Tantas raparigas que gostavam de poder ter o que eu estrago."
E queres parar. Mas não basta querer.
Levantas-te. Mostras-te-me através do espelho. Gostas de te ver com essas calças e gostas do estilo que adoptaste, que te retrata tão bem: salienta aquilo que gostas e esconde aquilo que queres esconder.
Passas tecido pelos braços e assim tapas as marcas do erro que não consegues parar de cometer. Quantas vezes não prometeste já que não o repetirias? "Mais um pouco, menos um pouco... a diferença não é muita, porque o necessário é que seja de raiz." Anseias pela consulta com o dermatologista, em que vais fingir que não ouves o sermão que ele te dará ou o espanto ou repúdio que sentirá ao ver-te. Mas está tudo na tua mente. Nada disto é repugnante. Não para mais ninguém que já te viu esse defeito. Mais ninguém parece achar que isso tenha qualquer impacto. Gostam de te ver assim mesmo, apreciam-te mesmo com isso. Só a ti te incomoda. Não podes esconder-te tanto, com tanto calor. E isso incomoda-te. Mas apenas a ti. Afinal, onde está toda a confiança que dizes ter?
Vestes uma camisa com quadrados, que deixas aberta a uma fresta de um tope. Colocas uma badana no cabelo. Voltas a aplumar a tua já tão incomum juba preta e colocas batôn vermelho nos teus carnudos lábios. Colocas um pouco de preto nos olhos e estás mais do que pronta para arrasar.
Gostas do que vês, porque tapas o que não queres ver.
És louca, rapariga.
15 comentários:
Não será que dás demasiado ênfase às tuas imperfeições quando te olhas ao espelho?
S.: Não o sei ao certo. Por um lado, gosto bastante de me ver e as imperfeições não me afectam muito; mas, por vezes, fico a olhar para a minha pele e sinto-me triste; por outras, hesito ao vestir uma camisola ou outra, por causa daquilo que pode mostrar. Está errado, eu sei. Tenho de o mudar.
Mostra-te, mulher! xD
S.: És uma interesseira. :))
Ora, só acho que se deve mostrar o que é bom xD
E não sou a única a achá-lo, sua "boob stalked" :P
S.: Desde que eu te comecei a remover da tua zona de conforto que andas com a mania de me provocar. Isso é alguma vingança? :)))
1º: não foste só tu a fazê-lo e foi algo gradual :)
2º: provoco-te porque gosto de provocar e se o fizer várias vezes acabo por lhe apanhar o jeito :P
S.: 3º: Não respondeste à pergunta.
Ups. :3 (A)
Respondi sim, no ponto 2. Expliquei porque te provoco. Logo, não é vingança, senão eu teria dito que era, na explicação. xD
S.: Não necessariamente. Podias gostar de provocar-me e estares a aproveitar-te disso para te vingares. :3
Oh what a sweet revenge 8) hahaha
Mas não, não estou. Ainda não despertaste o meu lado vingativo :P
69 entradas lool Só tu, rapariga xD
Ainda por cima é a etiqueta "maior". Damn xD
S.: E É SENTIR. Made my day! xD
humpf! xD
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