Uma carta de Adriana Pereira. Desabafo de um coração destroçado pela saudade de uma grande amiga.
Olá, twin.
Já li os teus textos. És uma escritora notável, deixa que te diga. Adorei. Aquele teu sonho, o do número 16, é muito estranho. Quanto ao resto, em relação àquele rapaz... Não me lembro o nome... Miguel, maybe? hmm... Em relação a isso, não há muito a dizer, penso. Ele continua sem avançar? Bem, é um rapaz estranho... Indeciso, quanto muito.
Eu hoje não estou nada inspirada. Só para que saibas. Dia mau. Enfim!
Tenho-me sentido todos os dias como que deslocada, como se estivesse no meio de um palco que não é o meu... Como se tivesse entrado na peça errada, como se fosse uma personagem errada. O pior é que não encontro a saída... Obrigam-me a interagir com as outras personagens. Cada vez sinto mais falta das personagens do palco a que pertenço, da história que sei ser a minha. Só há uma personagem com quem me sinto em casa, mas não me deixam interagir com ela... Só temos meia dúzia de diálogos, são tão poucos!... Sinto a tua falta, quero voltar ao meu teatro, ao meu palco, à minha história. Quero voltar a sentir-me inteira, uma unidade, como dantes. Como quando as salas de estudo eram para os outros e eu podia falar contigo até que a campainha nos disparasse nos ouvidos e nos lembrasse que o dia tem um fim. E então ambas sabíamos que era o fim da conversa e sabíamos que no próximo intervalo da vida, na próxima pausa da realidade, podíamos refurgiar-nos no conforto da palavra amiga. Quero isso de volta. Quero poder chamar-te twin a olhar-te nos olhos, quero poder ouvir o que tens para me dizer e poder depois agradecer-te com um abraço.
Hoje, foi um dia mau. O Rodrigo estava mal. Eu fiquei mal. Sinto-me ligada a ele, como se o sorriso dele me enchesse de luz, me tocasse como uma agradável brisa e lavasse da minha alma todas as minha preocupações; e uma lágrima a escorrer dos seus olhos preenchesse o meu céu com nuvens do mais negro tom de cinza e me queimasse por dentro como um fogo insuportável de Verão. Sei que não devia sentir estas coisas, mas ainda não consegui erguer uma barreira que conseguisse parar a torrente de emoções que ameaça deitar por terra a pouca estabilidade emocional que por vezes consigo erguer no meu âmago. Ele tinha um dente partido, a canela ensanguentada e também no pescoço sobressaía uma marca vermelha. Não tive a coragem de lhe perguntar o porquê de todas essas mazelas. Tenho demasiado medo de ir longe de mais. Tenho demasiado medo que ele fique chateado ao ponto de nunca mais ter a pequena parte da amizade que ele me concedeu. Estimo essa amizade. Tenho cuidado. Há uma linha para lá da qual não me atrevo a ir.
Não sei o que ele tinha, sei que o que quer que fosse teve em mim o mesmo efeito de uns quantos milhões de mãos e braços a puxar-me para baixo, para a imensidão negra que sinto por baixo de mim.
Tinha de falar com alguém. Desculpa não ter conseguido ser de grande utilidade para o teu problema.
Obrigada por seres minha gémea. Obrigada por tudo. Adoro-te muito, tenho saudades.
Beijo grande.
5 comentários:
hoo que texto mais lindo, mesmo fofo, a descrição de tudo esta excelente, mesmo, adorei
é tão bom ter grandes amigos, que pelo menos dedicam uns grandes instantes dedicados a nós, nem que seja a escrever um texto
nem eu entendi, não te preocupes
haha, convencida =$ xDD, brincadeira
mas é verade escrevem as duas mesmo bem, e tns toda a razão, o texto transmite mesmo isso, pureza e sinceridade
que foto fofa *-*
haha, lol, bem feita quem te manda trair-me, depois olha, xDD, estou a brincar, coitado do professor...deve ter ficado trauma, pior fui eu em minha casa com o diogoe uma amiga minha, com esse tipo de brincadeiras e a minha avó chega, OMG...mas ela sabe que estava-mos na brincadeira, nem me disse nada
mas a foto está sim, mesmo fofinha
hooo, tu nunca entendes o que eu digo =$ xDD...eu sei x)
eu acredito xDD, estava a brincar...imagino...agora a minha miuda esta mais tolaaaa xDD, e ainda bem
Claro: soni_maia_16@hotmail.com, e tu? =)
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